segunda-feira, 25 de agosto de 2014

CRÍTICA: A VELA DO DEMÔNIO, DE KARIN FOSSUM


Imagem Divulgação

Título: A Vela do Demônio (Djevelen Holder Lyset)
Autor: Karin Fossum
Editora: Suma de Letras
Gênero: Policial
Ano: 2012
Tradutor: Renato Marques
Páginas: 216
Nota: Ótimo


     Primeiramente deixe-me contar a curta história desse livro até chagar às minhas mãos. Estava eu viajando em Minas Gerais e não havia levado livro algum na mala. Então, vi esse livro em um supermercado por preço bem (bem) baixo. A capa de início não me agradou de início, mas eu precisava ler alguma coisa. Então, comprei. (Eu disse que era curta.)

   
     O LIVRO 

     Não é muito grande, o livro. Para um leitor assíduo, as páginas passam voando; ainda mais sendo uma história que consegue te prender do início ao fim, ainda que os capítulos não sejam curtos. A Vela do Demônio é um romance policial escrito pela norueguesa Karin Fossum, poetisa que ganhou destaque ao redor do mundo na última década escrevendo livros desse gênero. O livro é narrado em terceira pessoa (com excessão a uma personagem, que narra na primeira pessoa) e tem diferentes pontos de vista bem explorados. Bem construída, a narrativa de Fossum me conquistou. O jeito como detalha - sem exageros e sem faltas; na medida certa -, as personagens; seus quereres, qualidades e pensamentos, não é para qualquer autor. Diálogos bem construídos e  cliffhangers de cair o queixo a cada fim de capítulo (cliffhanger é um recurso de narrativa utilizado para prender a atenção de uma audiência; como cada fim de capítulo daquela novela). 
"Um livro de uma inteligência e uma compaixão que não se veem sempre em páginas de romances policiais." - Sunday Times

     A HISTÓRIA

   Sem rodeios. A história em si gira em torno de dois amigos jovens, Zipp e Andreas, rapazes que vivem por passear no pelas ruas, assustar crianças e (não muito usualmente) roubar. Andreas é o tipo bonitão; magro, de nariz adunco e cabelos marrom-avermelhados e crespos. Misterioso. Displicente. Zipp já é espalhafatoso começando pelo modo de se vestir; calça colada (à lá Gustavo Lima), jaquetas de couro chamativas e cabelo preso em rabo de cavalo.
     Certo dia, ambos se veem com os bolsos vazios para tomar suas cervejas e fumar seus cigarros de sempre. Então resolvem roubar a bolsa de uma mulher que passeia perto da praia com seu bebê. No entanto, quando o fazem, a mulher se assusta e reage ao roubo. O carrinho do bebê, que por descuido ela soltara, desce a ladeira e cai de encontro às pedras lá embaixo. Andreas e Zipp fogem e mantêm-se de tocaia. Bebem, fumam Craven A e bebem mais uma vez, até acabar com as coroas (moeda do país). 

     A rua estava escura e deserta. Contudo, uma velha senhora andava desajeitadamente sobre sapatos barulhentos. Andreas e Zipp (após uma briga que tiveram - não vou contar porque pode ser spoiler) seguem a velha senhora (de nome Irma) para (adivinha?) conseguir mais dinheiro fácil.
     Entretanto, acontece algo que nenhum dos três - sim, eu escrevi três - poderia imaginar.
     
     Andreas desaparece. Ninguém sabe de seu paradeiro, nem mesmo seu amigo inseparável Zipp Calça Colada. O amargurado inspetor Sejer se vê obrigado a entrar no caso, mas deixa sua maior parte nas mãos de Jacob Skarre, seu (não me recordo se é mesmo) assistente. Um bebê morreu. Um rapaz desapareceu. Uma casa com porão. Uma velha ressentida e enjoada. Mamadeira. Pintura. Homoxessualidade. Blade Runner
     O que ninguém na pequena cidade ainda se deu conta é que as aparências enganam, e que quem foi vítima em algum momento pode inesperadamente passar a ser algoz.


Karin Fossum


     "Como nos melhores trabalhos de Ruth Rendell, Karin Fossum entende bem as razões que levam as pessoas a cometerem crimes hediondos" - Good Book Guide
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