terça-feira, 26 de agosto de 2014

CRÍTICA: LARANJA MECÂNICA, DE ANTHONY BURGESS


Editora Aleph
Título: Laranja Mecânica (A Clockwork Orange)
Autor: Anthony Burgess
Editora: Aleph
Gênero: Ficção Inglesa
Ano: 2004 (13ª reimpressão em 2013)
Tradutor: Fábio Fernandes
Páginas: 199
Nota: Ótimo


     Sem muita história com este livro. Uma noite qualquer. A adaptação do livro de Burgess passava em um canal de TV qualquer. Lembro que eu trocava de canal repetidas vezes com receio de que minha mãe pudesse me flagrar vendo aquele tipo de filme. Cerca de dois anos depois soube da existência do livro. Assim descobri “Laranja Mecânica”.


   

 
O LIVRO

“Laranja Mecânica” é uma ficção inglesa de Anthony Burgess, originalmente escrita em 1962 e posteriormente adaptada nos cinemas em 1971, pelo diretor Stanley Kubrick.
Eleito um dos cem melhores romances em língua inglesa do século 20 pela revista Time, “Laranja Mecânica” pode ser considerado um tanto quanto curto a julgar pelo número de páginas, nos fazendo pensar em uma leitura simples e rápida. Isso na verdade não passa de um equívoco, já que para esta narrativa, Anthony Burgess criou a chamada “Linguagem Nadsat” – o dialeto falado por Alex (narrador e protagonista) e sua gangue, que torna a leitura muito mais complicada do que se imagina. Por sorte, as edições de hoje trazem um pequeno glossário ao fim do livro (sim, as versões originais britânicas foram lançadas sem nenhuma explicação sequer da rica gíria Nadsat).
Algo que me causou bastante interesse no livro é a forma como o narrador trata o leitor. Tratando-nos muitas vezes como irmãos ou amigos, Alex consegue uma proximidade com quem lê sua história de vida.


“A delirante novela sobre violência que Burgess lançou em 1962 parece ter sido escrita ontem por um hacker chapado. [...] O filme que Stanley Kubrick dirigiu em 1971 é brilhante, mas o original de Burgess é ainda mais devastador.” - Playboy.


A HISTÓRIA

 A história se passa pelas ruas de Londres e é contada diante de um futuro pouco distante onde os jovens são adeptos a tantos atos violentos que a resposta do governo acaba sendo igualmente agressiva.
É contado pelo próprio protagonista da narrativa– Alex DeLarge – que nos apresenta sua história de vida junto de sua gangue formada pelos amigos Pete, Georgie e Tosko. Ele e seu grupo de amigos roubam, espancam e estupram pessoas sem se importar com o que possa lhes acontecer.
Um dia, totalmente atordoado, Alex comete um assassinato e vai preso. Diante de sua situação, a única forma que vê para sair da mesma é servindo de cobaia para o chamado “Tratamento Ludovico”, que se trata de uma terapia criada pelo governo da época junto da medicina com o intuito de eliminar tendências violentas e criminosas dos pacientes.
Isso o muda completamente. Pessoas acabam se aproveitando da mais nova inocência de Alex para se vingar dele. Fatos e mais fatos acontecem, deixando-o ainda mais atordoado de forma a nos intrigar com sua nova maneira de enxergar o mundo.
“Laranja Mecânica” é o que os alemães chamam de bildungsroman: um romance de formação. Burgess deu uma cuidadosa estrutura de 21 capítulos a seu livro (já que a maioridade americana é conquistada aos 21 anos) para nos mostrar a evolução de Alex, da adolescência nada ingênua até a vida adulta.
A narrativa é tão rica a ponto de nos moldar junto de Alex. Iniciamos o livro tendo pleno horror das coisas que nosso protagonista faz em sua vida. De repente, chegamos ao “recheio do bolo” tendo pena de Alex, nos sentindo tristes junto dele. E por fim, nos vemos otimistas em acreditar na mudança e evolução sincera de nosso querido “drugui”.
Anthony Burgess
“[...] Alex é mau, depravado, anárquico, um monstrinho puro, e apureza de sua maldade ilumina seus atos como um halo grotesco. [...] O livro narra seu conflito com o Estado, que remove sua capacidade de escolha.” – The New York Times

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